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Sesc realiza trabalho de combate a queimadas na região do Pantanal

27/07/2016
Fonte: Comunicação
Foto: Divulgação

Entre os meses de julho e dezembro, ocorre o período de estiagem na região do estado de Mato Grosso – onde está localizada a maior Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN) do Brasil, a RRPN Sesc Pantanal. Devido à falta de chuva e às altas temperaturas, o período é considerado crítico para a ocorrência de incêndios florestais. E é nesse momento que entra em cena um plano de combate ao fogo desenvolvido pelo Sesc que é modelo para todo o Brasil.

A cada ano são contratados temporariamente para o período cerca de 40 brigadistas (foto) que atuam em todas as fases do combate. Atualmente, muitos deles já estão há anos compondo essa brigada e disseminam o conhecimento para os novos membros do grupo. Após esses quase 20 anos de trabalho, o Sesc e esses funcionários acumularam grande domínio da área da Reserva, conhecendo seus acessos principais, rotas secundárias, áreas de maior risco, procedimentos para a prevenção e combate, dentre outras estratégias que hoje resultaram no Plano de Proteção que orienta cada passo para a prevenção aplicado na RPPN e em outras Unidades do Sesc na região, o Sesc Serra Azul e o Sesc Baia das Pedras.

“Um dos elementos fundamentais do trabalho do Sesc no combate ao fogo é a ação social, tanto na formação e capacitação da equipe interna, quanto o envolvimento da comunidade para práticas mais sustentáveis, como a apicultura, por exemplo. Antes os apicultores utilizavam o fogo como forma de manejo dos apiários, mas, a partir de estímulos e o apoio da RPPN Sesc Pantanal em parceria com o SEBRAE, passaram a operar de forma menos danosa ao ambiente e mais segura para o apicultor, diminuindo consequentemente a ocorrência de incêndios nas comunidades e na RPPN”, explica Cristina Cuiabália, Gerente de Pesquisa e Meio Ambiente do Sesc Pantanal.

As queimadas

O fogo no Pantanal é um fenômeno que pode ocorrer naturalmente, resultante da incidência de raios (0,2% no Brasil), porém, a maior ocorrência é de origem antrópica, ou seja, causado pelo ser humano. Seu uso é tradicionalmente uma prática de limpeza do terreno por eliminar restos do plantio, aumentar a disponibilidade de elementos no solo utilizado pelas culturas agrícolas, reduzir ocorrência de pragas e diminuir os gastos com mão-de-obra para preparo da área. No entanto, segundo pesquisas, 17% do Pantanal foi desmatado por meio do uso do fogo, o que resulta em alterações nas propriedades do solo e na composição da vegetação e da fauna, eliminando espécies mais sensíveis e favorecendo a permanência de espécies mais tolerantes.
Assim, o Sesc atua também dialogando com as populações do entorno sobre a importância de práticas controladas, auxiliando quando possível com máquinas e mão-de-obra para os aceiros (desbastamento de áreas do terreno para impedir propagação de incêndios) e acompanhamento da queima. Além disso, agentes da instituição orientam os ribeirinhos e visitantes em passeio nos rios sobre os riscos que os acampamentos nas praias podem oferecer quando não são tomados os devidos cuidados, como, por exemplo, ascender fogueira ou utilizar qualquer outra fonte de fogo que possa se alastrar e iniciar um incêndio de grande proporção.

O plano de combate ao fogo

Desenvolvido pelo Sesc, o plano tem 5 fases:
Fase 1 - Prevenção
• Formação da equipe;
• Projetos de desenvolvimento sustentável no entorno;
• Manutenção de aceiros (faixas de 12 metros de largura sem vegetação ao longo de toda a divisa seca da RPPN);
• Manutenção dos acessos (estradas principais, secundárias e pistas de pouso);
• Monitoramento (nas torres de observação de 36m de altura, aéreo e terrestre).

Fase 2 - Detecção
• Observação de focos de fumaça e fogo;
• Estimativa do local da ocorrência através da triangulação entre a torres de observação ou pela identificação dos pontos de GPS e referência em solo quando em monitoramento aéreo.

Fase 3 - Planejamento do combate
• Comunicação entre o observador e o responsável pela Brigada ou Guarda-parque do Posto de Proteção Ambiental mais próximo do foco;
• Organização da equipe;
• Organização de máquinas, equipamentos e logística em campo.

Fase 4 - Combate
• Abertura de aceiros com máquinas (pá carregadeira e tratores);
• Contrafogo (método de queima controlada para eliminação de matéria orgânica em direção ao fogo).

Fase 5 - Pós-combate
• Monitoramento da área queimada através de rondas para observação no local;
• Rescaldo (rega da área queimada por meio de caminhão pipa);
• Elaboração de relatório (tamanho da área queimada, período de queima e origem do fogo).

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