O Dia Mundial da Água, comemorado neste domingo (22.03), foi criado em 1992 pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de alertar a população sobre a importância da preservação da água para a sobrevivência de todos os ecossistemas do planeta. Este ano o tema é “Água e mudanças climáticas” e busca fomentar soluções para que o uso eficiente dos recursos hídricos reduza inundações, secas, escassez e poluição.
Segundo a gerente de Pesquisa e Meio Ambiente do polo socioambiental Sesc Pantanal, a bióloga Cristina Cuiabália, esse é um momento para repensar e mudar atitudes de consumo atrelada a geração de resíduos pois é uma das principais raízes da poluição da água.

“Precisamos nos atentar para a necessidade de ações, políticas e tecnologias de saneamento mais efetivos. É importante ofertar tratamento de esgoto e impedir o despejo e a liberação de produtos químicos nos nossos rios, comprometendo a qualidade da água e a vida aquática”, ressalta Cuiabália.

Mato Grosso possui um dos maiores volumes de água doce do planeta, com inúmeros rios, aquíferos e nascentes. As três bacias hidrográficas mais importantes do país cruzam o nosso território: Bacia Amazônica, Bacia Platina e Bacia do Tocantins. Além disso, somos o berço do Pantanal, a maior planície alagável do planeta e um dos biomas mais importantes para o equilíbrio natural da Terra.
O Pantanal é considerado Patrimônio Natural Mundial e Reserva da Biosfera, pela Unesco. A região tem uma importância natural, cultural e social imensa e a sua preservação é alvo de iniciativas pioneiras, como a desenvolvida pelo polo socioambiental Sesc Pantanal.

Há 23 anos a instituição implantou a maior Reserva Privada do Patrimônio Natural do Brasil, a RPPN Sesc Pantanal, com 108 mil hectares, no município de Barão de Melgaço. Desde o começo, o projeto nasceu com um propósito claro: ser um ativo ambiental sustentável e capaz de fazer diferença na comunidade onde está inserido.

Duas décadas depois os frutos são colhidos, de acordo com a superintendente do Sesc Pantanal, Christiane Caetano. A área está totalmente regenerada e o ciclo das águas torna o ambiente propício para as espécies de fauna e flora viverem em segurança. Para se ter uma ideia, quando a RPPN foi montada existiam 18 exemplares de araras-azuis identificados na região. Hoje, esse número é superior a 450.

“Se hoje novos negócios surgem a partir do DNA da responsabilidade social, o Sesc Pantanal já comprovou o sucesso a partir de uma rede integrada que conserva a natureza, gera emprego, capacita e valoriza a cultura e identidade do ser humano”, completa a superintendente.

Serra Azul

O Sesc ainda adquiriu uma área na região de Nobres e Rosário Oeste, onde hoje existe o Parque Sesc Serra Azul, para resguardar as nascentes de importantes rios que compõem o Pantanal mato-grossense.

“Nós acreditamos que a natureza gera mais riquezas preservada do que destruída. Fazemos nossa parte na conservação das águas, mas essa é uma luta que precisa ser de todos e deve ser feita na casa de cada um, com mudanças de hábitos. Só assim vamos conseguir resguardar esses paraísos naturais e manter o planeta vivo”, destaca Christiane Caetano.

Ela enfatiza que a conscientização começa com atitudes simples que podem reduzir o gasto e desperdício de água, como só deixar torneiras e chuveiros abertos quando for realmente utilizar, reduzir o tempo do banho, reutilizar água da chuva e de equipamentos domésticos como lava louça e máquina de lavar para limpar quintais e calçadas, detectar e consertar vazamentos. “No dia mundial da água, vamos fechar a torneira e repensar o futuro”, conclui a superintendente.

Sobre o Sesc Pantanal
O Sesc Pantanal, polo socioambiental do Sesc, atua há 23 anos no Pantanal mato-grossense e na região de Nobres/Rosário Oeste, promovendo a educação, a conservação da natureza, a pesquisa científica e o ecoturismo, por meio de cinco unidades: Hotel Sesc Porto Cercado, Sesc Poconé, Parque Sesc Baía das Pedras, Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) e Parque Sesc Serra Azul.