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Artigo: Casarões de Poconé e suas geometrias

27/02/2024
Fonte: Sesc Pantanal
Foto: Sesc Pantanal


Aprender vai muito além do estudo formal oferecido nas escolas de todo o mundo, diariamente. Esse movimento acontece desde que nascemos, em todos os passos da nossa evolução humana. A cidade onde vivemos faz parte desse grande processo de aprendizagem em diversas disciplinas e desenvolvimento de habilidades que levamos para a vida. Quando falamos em Matemática, os exemplos são muitos, por isso as aulas no Complexo Educacional Sesc Pantanal foram ampliadas e ganharam as ruas de Poconé, onde ensinamos geometria de um jeito diferente: a partir dos casarões da cidade.

O estudo de casarões históricos e da geometria urbana de Poconé foi tema do projeto desenvolvido pelos alunos do sexto ano do Ensino Fundamental. O projeto interdisciplinar permitiu que eles pudessem conhecer a história da própria cidade, com o auxílio de aplicativos de desenho e a elaboração de maquetes que potencializaram o estudo das formas geométricas constituídas no plano e no espaço.

O trabalho iniciou com a apresentação do contexto histórico dos casarões, relatando a importância de manter as estruturas em sua representatividade para que depois os alunos, em suas pesquisas, ficassem entusiasmados com o que tinham descoberto a partir da junção de outras áreas de conhecimentos, nos detalhes históricos, nas artes e principalmente em sua arquitetura. Foi feita uma pesquisa voltada para o formato e a estrutura das casas; na sequência, foram recolhidos os materiais recicláveis necessários para a construção de uma maquete.

Com a base técnica adquirida nos experimentos em coletivo, cada equipe começou a edificar suas maquetes em sala e, consequentemente, reunir-se em suas residências para o término do trabalho. Nas observações das paredes, janelas, beirais e coberturas, os estudantes verificaram as semelhanças geométricas em suas identificações e as nomearam para socialização. Por fim, foi realizada a junção dos casarões em uma só maquete, colocando-os ao redor de uma praça e complementando com uma igreja construída com todos da equipe.

No decorrer das etapas, obtivemos resultados significativos em relação à aprendizagem matemática, como também elementos históricos e culturais importantes que se enquadram no currículo do aluno para ser um cidadão mais consciente e crítico, buscando soluções plausíveis e desenvolvendo em coletivo os compromissos que se tinham como objetivos finais.

Os alunos tiveram a oportunidade de aprimorar o relacionamento interpessoal, enriquecendo a maneira de se comunicar por meio da tecnologia, em buscas de dinâmicas, trazendo autonomia e autossuficiência de interação do conhecimento digital.

Foram feitas relações disciplinares e ampliados os saberes com a História e a Arte, dialogando e colocando em prática o que era visivelmente possível. Isso levou a um trabalho mais enraizado, valorizando as etapas do projeto e resultando em uma aprendizagem agradável e inesquecível.

No desenvolvimento do projeto, os alunos se aprofundaram na história de Poconé. A Matemática entrou com a análise arquitetônica e geométrica, a História veio apresentar a identidade cultural evidenciada pelos casarões e o quanto isso atinge a comunidade em seu contexto histórico e familiar.

É o conhecimento que faz com que as origens sejam valorizadas e preservadas. O papel da educação é o de formar cidadãos capazes de conservar a riqueza dos saberes de um povo e projetar um futuro onde natureza e ser humano consigam conviver em harmonia. Poconé é Pantanal. Quando estimulamos a preservação da história de uma cidade, estamos ajudando a estimular a preservação de um bioma que impacta em toda a humanidade.

Kempes Bidoia Farias
Professor de matemática do Complexo Educacional Sesc Pantanal, uma das unidades do Polo Socioambiental Sesc Pantanal, iniciativa do Sistema CNC-Sesc-Senac.

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